quarta-feira, 24 de março de 2010

Ética de Julinho Por : Bruno Hoffmann



Ética de Julinho colocou Mané na seleção
{agosto de 2009}



Julinho, com a camisa do Palmeiras.
Depois de surgir no Juventus, estourar na Portuguesa e ser titular da Copa de 1954, o ponta-direita Julinho Botelho foi contratado pela Fiorentina, da Itália, em 1955. Tornou-se herói no ano seguinte, ao conquistar o primeiro scudetto do time italiano. O paulistano era tratado quase como um rei em Florença.A Copa do Mundo de 1958 se aproximava, e havia uma praxe na seleção: não convocar jogadores que atuavam no exterior. Mas abririam uma exceção, afinal tratava-se do endiabrado e talentoso Julinho. O presidente da CBD, João Havelange, mandou um telegrama ao jogador. A delegação passaria pela Itália, buscaria-o e seguiria para a Suécia. Mas não contava com a resposta: “Nada me emociona mais que jogar pelo meu país. Mas não acho justo tirar o lugar de um atleta que atue no Brasil”.O jeito era arranjar outro ponta-direita. Joel, reserva imediato, se tornaria titular. E, para a reserva do reserva, foi convocado um botafoguense de nome esquisito: Mané Garrincha.Coincidentemente, um dos jogos preparatórios para a Copa foi contra a Fiorentina. Durante o hino nacional, Julinho chorou copiosamente e quase desmaiou de emoção. Pouco produziu na partida. Achava inconcebível fazer um gol contra o Brasil. Já Garrincha infernizou os “joões” italianos. Fez um gol antológico após driblar cinco adversários e entrar com bola e tudo. Eram os primeiros passos do anjo das pernas tortas na seleção canarinho.


Bruno Hoffmann




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